Por Letícia Aguiar – A osteopatia pediátrica é uma área da fisioterapia que vem ganhando destaque nos últimos anos, à medida que os pais buscam abordagens menos invasivas para cuidar da saúde de seus filhos. 

Nesta matéria, vamos explorar a fascinante e crescente área da osteopatia pediátrica, conversando com a Profa. Dra. Beatriz Mendes Tozim, fisioterapeuta experiente que compartilhará insights sobre como essa abordagem pode beneficiar as crianças, aliviando desconfortos, promovendo o desenvolvimento saudável e melhorando a qualidade de vida de jovens pacientes. 

MHN – Como funciona a osteopatia? E a osteopatia pediátrica? 

Dra. Beatriz Tozim –  A osteopatia é uma área da fisioterapia que trabalha o corpo como um todo, desde o sistema craniano, visceral, emocional e estrutural, tendo a função de reequilibrar o corpo e proporcionar a autocura.

A osteopatia pediátrica trabalha as disfunções do bebê e da criança, com o intuito de reorganizar os sistemas. Devemos pensar que o bebê e a criança é um corpo cheio de fluidos que por algum motivo durante a gestação, trabalho de parto, parto e a vida, sofreram um desequilíbrio e a osteopatia vem para reequilibrar estes fluidos e diminuir as cólicas, torcicolo congênito postural, assimetrias, melhora do comportamento, aprendizado, entre outros.

MHN – Quais são os principais problemas de saúde em crianças que podem ser tratados com osteopatia?

Dra. Beatriz Tozim – A osteopatia pediátrica atua em todas as disfunções da infância, atuamos nas cólicas intestinal do bebê, assimetrias cranianas que é a cabecinha torta do bebê, refluxo gastroesofágico, disquesia, bebê que não mama bem. Já para as crianças, a osteopatia também pode ajudar nas dores, dificuldade de aprendizagem e atenção, para crianças com autismo melhorando a aprendizagem, desenvolvimento e funções físicas.

MHN – Quais são os sinais e sintomas que os pais devem observar em seus filhos que podem indicar a necessidade de tratamento osteopático?

Dra. Beatriz Tozim – Para os bebês, os pais devem observar o formato da cabeça, como é o choro, se está mais frequente do que o normal; se tem preferência por alguma mama durante a amamentação ou se olha mais para um lado do que para o outro. Para os maiorzinhos, deve-se observar como é a aprendizagem, se não consegue ficar parado dentro da sala de aula, se anda na ponta dos pés, se a letra é feia. Todas estas informações indicam que o bebê e a criança tem um desequilíbrio em um ou mais sistemas (visceral, craniano, estrutural e emocional) e eles serão trabalhados na osteopatia de acordo com a necessidade.

MHN – Como é realizado um tratamento de osteopatia pediátrica? É seguro para crianças?

Dra. Beatriz Tozim – O tratamento de osteopatia em pediatria é feito a partir de toques sutis no corpo do bebê e da criança, além do uso de exercícios específicos de acordo com a necessidade de cada um. Este tratamento é seguro e não causa nenhum desconforto, pois todo o tratamento é feito de forma sutil e lúdica.

MHN – Quais são os benefícios da osteopatia pediátrica para o desenvolvimento e bem-estar das crianças?

Dra. Beatriz Tozim – Ao pensarmos que a criança é formada por fluídos e que quando existe o desequilíbrio aparece as disfunções, a osteopatia atuará reequilibrando o corpo melhorando o desenvolvimento físico, emocional e social. Após a sessão pode-se observar que as crianças ficam mais calmas, sonolentas, com maior foco, na presença de refluxo tem diminuição, ou melhora das cólicas. Dependendo assim do motivo pelo qual foi a procura pelo serviço. 

MHN – Qual é a importância da abordagem holística na osteopatia pediátrica e como isso influencia o tratamento?

Dra. Beatriz Tozim – A osteopatia é uma ferramenta importante no tratamento dos pacientes, pois atuará com a equipe multidisciplinar para auxiliar no tratamento das crianças. Um exemplo interessante, seria as crianças com imunidade baixa e gripes recorrentes, a fisioterapia respiratória pode atuar nessa área melhorando a função cardiopulmonar, já a osteopatia auxiliará na melhora biomecânica do organismo da criança para que exista aumento da imunidade e a diminuição de quadros gripais.

MHN – Como os pais podem se envolver no tratamento de seus filhos com osteopatia pediátrica?

Dra. Beatriz Tozim – Os pais são de extrema importância no tratamento osteopático, pois a ação deles será importante para a realização dos exercícios indicados a serem feitos no domicílio. Pois o osteopata atuará durante 1 hora na semana enquanto o restante do tempo esta criança ficará com os pais, necessitando que estes estimulem seus filhos neste período, aumentando a eficácia e diminuindo o tempo de tratamento.

MHN – Quais são as expectativas realistas para os resultados do tratamento osteopático em crianças?

Dra. Beatriz Tozim – O prognóstico dos pacientes depende principalmente da demora da procura dos pais para o tratamento de seus filhos, sendo que quanto mais rápido a procura, melhor serão os resultados. Sendo que é importantíssimo a procura por este tratamento nos primeiros 6 meses. Mesmo sem disfunções é interessante os pais levarem os filhos para um osteopata, pois isso auxiliará no desenvolvimento das crianças, pois mesmo dentro do útero as crianças sofrem influência do ambiente em que a mãe vive podendo desequilibrar todo o corpo do bebê, sendo assim importantíssimo o reequilíbrio para que não exista o aparecimento das disfunções.

MHN – Que conselhos você daria aos pais para promover a saúde e o bem-estar de seus filhos em casa?

Dra. Beatriz Tozim – Acredito que a principal dica que pode ser dada aos pais é estimular o máximo o seu filho, com brincadeiras ao ar livre, deixar seus filhos andarem descalços. Para os pais de bebês, é bom relembrar a importância de colocar seu filho desde o primeiro dia de vida na posição tummy time, ou seja, de barriga para baixo sempre com supervisão dos pais. Pois esta posição auxiliará no desenvolvimento da criança, fortalecendo a musculatura das costas, braço e pescoço.

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