Por Letícia Aguiar – Você já ouviu falar de neuromodulação? Essa abordagem tem se mostrado uma ferramenta poderosa no tratamento de diversas patologias promovendo a recuperação e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Para explorar esse universo onde a ciência encontra a reabilitação, conversamos com a Profa. Dra. Doralice Raquel, mestre e doutora em Desenvolvimento humano e tecnologias pela UNESP e com formação em neuromodulação clínica. 

Nesta matéria, vamos nos aprofundar no mundo da neuromodulação, entender como ela funciona, suas aplicações clínicas e como está moldando o futuro do tratamento fisioterapêutico.

MHN – O que é neuromodulação?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  A Neuromodulação consiste em uma técnica na qual é possível estimular ou inibir regiões do Sistema Nervoso de acordo com o objetivo terapêutico que pode ser desde melhorar um distúrbio do movimento até tratar dores crônicas e melhorar sintomas de ansiedade e depressão, por exemplo.

MHN – Quais são os principais objetivos da neuromodulação na fisioterapia?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  As aplicações da Neuromodulação na Fisioterapia são as mais diversas. Mas podemos citar como principais objetivos: tratar distúrbios do movimento em consequência de doenças neurológicas e tratar dores crônicas.

MHN – Quais são as condições de saúde mais comuns que podem ser tratadas com a neuromodulação na fisioterapia?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  Com a Neuromodulação podemos tratar pacientes com sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), pacientes com Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer em fase inicial, Ataxias, pacientes com dores crônicas, Fibromialgia, Ansiedade, Depressão, crianças e adultos com Transtorno do défcit de atenção com Hiperatividade (TDAH), dentre outros.

MHN – Quais são os diferentes métodos ou técnicas de neuromodulação que você utiliza em sua prática?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  Lá no consultório realizamos a Neuromodulação não invasiva por meio da Estimulação Elétrica Transcraniana e da Estimulação Magnética Transcraniana. As técnicas são não invasivas, indolor, com pouquíssimos efeitos adversos e contra-indicações e com resultados muito bons com base em evidências científicas.

MHN – Como a neuromodulação ajuda a melhorar a função neuromuscular e a reduzir a dor em pacientes?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  A Neuromodulação por meio de estímulos elétricos ou magnéticos gerados de forma não invasiva no cérebro gera despolarização dos neurônios, podendo aumentar ou diminuir a excitabilidade cortical e também estimular o processo de reorganização e plasticidade sináptica dos neurônios estimulados.

MHN – Como a neuromodulação está evoluindo e quais são as inovações recentes nessa área?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  A Neuromodulação parece novidade, mas já é utilizada com fins terapêuticos na forma que utilizamos hoje desde a década de 80. Os estudos na área têm representado grande avanço e permitiu a propagação da utilização da técnica na prática clínica.

Atualmente a neuromodulação não invasiva tem sido muito procurada como alternativa de tratamento complementar à terapia medicamentosa por apresentar pouquíssimos efeitos adversos e também tem sido utilizada por concurseiros, vestibulandos, empreendedores e executivos como forma de aumentar o desempenho cerebral, o chamado “Brain enhancement”, em português, Neuroaprimoramento ou aprimoramento cognitivo.

MHN – Como os pacientes podem se preparar para uma sessão de neuromodulação e o que eles podem esperar durante o tratamento?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  A primeira sessão de Neuromodulação normalmente é uma avaliação que lá no consultório tem duração que pode variar de 1 hora até 1 hora e meia, na qual são aplicados questionários e testes específicos importantes para a elaboração e realização do protocolo adequado ao paciente.

MHN – Qual é a importância da avaliação inicial e do acompanhamento contínuo ao usar a neuromodulação como parte do tratamento?

Profa. Dra. Doralice Raquel –  Para a realização da Neuromodulação a avaliação é de extrema importância para que possamos determinar o alvo específico a ser estimulado no cérebro, bem como, identificar possíveis contra indicações da técnica. E o acompanhamento será fundamental para rastrear possíveis efeitos adversos e verificar se os objetivos estão sendo alcançados.

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