Guilherme Moraes

Por Dr. Guilherme Moraes, advogado especialista em defesa do consumidor

Hoje, 15 de março, celebramos o Dia do Consumidor, uma data que nos convida a refletir sobre os direitos dos cidadãos nas relações de consumo e a importância da atuação dos órgãos de defesa do consumidor. É um momento não apenas para lembrar os avanços conquistados ao longo dos anos, mas também para repensar os desafios que ainda enfrentamos na busca por um mercado mais justo e transparente.

A Constituição Federal de 1988 e o Código de Defesa do Consumidor (CDC) são marcos históricos na proteção dos direitos do consumidor no Brasil. Eles garantem que todos tenham acesso a produtos e serviços de qualidade, a preços justos e com a segurança necessária. Contudo, a simples existência da lei não é suficiente. A verdadeira proteção ao consumidor só se concretiza quando os seus direitos são efetivamente respeitados, e é aí que entra a atuação crucial dos órgãos de defesa.

“O consumidor não é apenas uma parte vulnerável; ele é o protagonista de um mercado que deve ser equilibrado e ético.”

É preciso destacar a relevância da atuação de órgãos como o Procon, que trabalha incansavelmente para fiscalizar e garantir o cumprimento da legislação. Esses órgãos são os guardiões da justiça nas relações de consumo, atuando não só na repressão a abusos, mas também educando a população sobre seus direitos e deveres. Contudo, em um mercado cada vez mais dinâmico e digital, a eficiência dessas entidades precisa estar sempre à altura das novas demandas e desafios.

Vivemos em um cenário onde o consumidor está, cada vez mais, inserido em um ambiente digital, repleto de novas ofertas, promoções e possibilidades. Entretanto, esse aumento da complexidade do mercado também tem gerado novas formas de desrespeito aos direitos dos consumidores, como práticas de vendas fraudulentas, publicidade enganosa e até mesmo a oferta de produtos e serviços com vícios ocultos. Esses abusos precisam ser combatidos com a mesma energia que o mundo digital exige de nós.

“No mundo do consumo, não basta ter acesso ao produto, é preciso ter acesso à justiça.”

Com a popularização do comércio eletrônico, o aumento das compras via aplicativos e a proliferação de marketplaces, os consumidores precisam de uma proteção mais ágil, que acompanhe as rápidas transformações tecnológicas. O consumidor do século XXI é muito mais do que aquele que compra apenas em lojas físicas. Ele é um ser conectado, exigente e que, quando se sente lesado, deve ser atendido de forma imediata e eficaz.

Por isso, a data de hoje não deve ser apenas uma comemoração, mas também um alerta. É fundamental que continuemos a fortalecer os mecanismos de defesa do consumidor e busquemos sempre aprimorar as políticas públicas voltadas para esse setor. Além disso, é essencial que o consumidor continue a ser orientado sobre como identificar seus direitos, como agir diante de problemas e como fazer valer sua voz.

“O Dia do Consumidor deve ser, todos os dias, uma celebração da cidadania e da justiça.”

Neste Dia do Consumidor, o convite que faço a todos é para que reflitam sobre o papel de cada um nesse cenário. Seja como cidadão, seja como fornecedor, todos têm a responsabilidade de zelar por um mercado mais transparente e ético. Só assim poderemos garantir um futuro onde a proteção ao consumidor não seja uma conquista pontual, mas uma constante em nossa sociedade.

Dr. Guilherme Moraes
Advogado especialista em defesa do consumidor

Receba as últimas notícias em nosso grupo do WhatsApp