
Neste mês de agosto, ganha destaque o Agosto Lilás, uma campanha nacional que simboliza o combate à violência contra a mulher. A iniciativa busca conscientizar a sociedade sobre a gravidade do problema e reforçar a importância da prevenção, da denúncia e do acolhimento às vítimas. A campanha também marca a criação da Lei Maria da Penha, um marco na proteção dos direitos das mulheres no Brasil.
Para abordar a temática, o repórter e radialista Jair Mattos conversou com a Delegada Titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Garça, Dra. Renata Ono, em entrevista especial para o site Marília Hoje. Acompanhe os principais pontos da conversa:

O que é o Agosto Lilás e qual a sua importância?
Segundo a delegada Renata Ono, o Agosto Lilás é uma campanha fundamental que visa dar visibilidade ao enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher. “A proposta é ampliar a divulgação da Lei Maria da Penha, conscientizar sobre os diferentes tipos de violência e incentivar a denúncia. É um mês para reforçar que a violência contra a mulher é crime, que pode ser prevenido e punido com o apoio da sociedade e das instituições públicas”, explica.
Quais violências são previstas na Lei Maria da Penha?
A Lei Maria da Penha reconhece que a violência contra a mulher não se limita à agressão física. Ela abrange cinco formas principais:
- Violência física: qualquer ato que cause dor ou lesão física;
- Violência psicológica: comportamentos como humilhações, ameaças, chantagens e isolamento;
- Violência sexual: obrigar a mulher a manter relações sexuais contra sua vontade ou impedir o uso de métodos contraceptivos;
- Violência patrimonial: apropriação ou destruição de bens, documentos ou recursos financeiros da vítima;
- Violência moral: calúnia, difamação e injúrias.
“Todas essas formas são graves e podem ocorrer de forma isolada ou simultaneamente. Reconhecer os sinais é essencial para buscar ajuda”, ressalta a delegada.
Como as vítimas podem buscar apoio?
A delegada orienta que, em situações de emergência, o número a ser acionado é o 190 (Polícia Militar). Já para orientações e encaminhamentos, o Disque 180 funciona 24 horas por dia, em todo o território nacional.
Além disso, as vítimas podem procurar diretamente a Delegacia de Defesa da Mulher ou qualquer unidade policial. Em muitos estados, também está disponível a Delegacia Eletrônica, que permite o registro de ocorrências online.

O que são medidas protetivas de urgência?
As medidas protetivas são decisões judiciais que visam proteger a integridade física e emocional da mulher em situação de risco. Podem incluir:
- Afastamento imediato do agressor do lar;
- Proibição de contato com a vítima;
- Suspensão do porte de armas do agressor.
“Essas medidas podem ser solicitadas diretamente na delegacia, e têm prioridade de análise, justamente para interromper o ciclo da violência o mais rapidamente possível”, explica Dra. Renata Ono.
Qual o papel de vizinhos e familiares?
O apoio da comunidade pode ser decisivo. A delegada reforça: “É essencial acreditar no relato da vítima e oferecer acolhimento, sem julgamentos. Muitas vezes, quem está fora da situação percebe os sinais antes da própria mulher. E qualquer pessoa pode denunciar, mesmo sem ser a vítima. A denúncia pode salvar uma vida”.
Uma mensagem para quem está sofrendo violência
A entrevista termina com um recado direto às mulheres que enfrentam situações de violência:
“Você não está sozinha. Existe uma rede de proteção pronta para ajudar. Denunciar é um ato de coragem e pode salvar sua vida. Quanto mais cedo romper o ciclo da violência, maiores as chances de reconstruir uma vida segura e digna”, conclui a delegada.
Denuncie. Apoie. Salve vidas.
O Agosto Lilás é mais do que um mês de campanha. É um chamado à consciência coletiva de que o silêncio pode ser cúmplice da violência. Denunciar é o primeiro passo para a mudança.

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