O terceiro dia consecutivo sem energia elétrica tem causado transtornos e indignação entre moradores de diferentes regiões de Marília. A principal queixa da população é a falta de agilidade e de informações claras por parte da CPFL, responsável pelo fornecimento de energia no município.

Na Rua Carlos Roberto de Torres, no Jardim Maracá II, zona norte da cidade, mais de 50 famílias estão sem energia desde a manhã da última segunda-feira (22). Além do desconforto, os prejuízos materiais se acumulam: alimentos perecíveis foram perdidos, equipamentos eletrônicos queimados e a falta de acesso à internet compromete tanto o trabalho remoto quanto a comunicação em geral.

Segundo os moradores, a causa do apagão é um transformador danificado, cuja foto foi enviada à nossa redação. No entanto, até esta quarta-feira (24), nenhuma equipe da CPFL havia comparecido ao local para realizar o conserto, tampouco fornecido uma previsão de normalização do serviço.

“A gente entende que podem acontecer imprevistos, mas o que não dá para aceitar é esse descaso. Estamos há dias sem qualquer tipo de retorno. É abandono total”, relata um morador da região.

Além das residências, serviços públicos também são afetados. Escolas e unidades de saúde da zona norte enfrentam dificuldades para manter o funcionamento. “A falta de preparo da empresa para lidar com emergências é evidente”, diz outro morador.

Situação crítica na zona rural

A situação é ainda mais grave na zona rural, especialmente nas regiões da Fazenda do Estado e Centro Mesquita, onde moradores estão sem energia há mais de 48 horas.

Produtores rurais relatam perdas expressivas: leite estragado, alimentos em geladeiras comprometidos, e gado começando a ficar sem água. Em propriedades que mantêm tanques de peixes, os prejuízos já são contabilizados em mortes, devido à falta de oxigenação da água — processo que depende de energia elétrica.

Responsabilização e direitos do consumidor

Diante da situação, o PROCON-Marília reforça que os consumidores prejudicados têm direito ao ressarcimento de danos materiais causados pela falta de energia prolongada. É necessário apresentar a nota fiscal dos produtos ou equipamentos danificados para abrir o processo de ressarcimento junto ao órgão.

“O ressarcimento é obrigatório quando a interrupção no fornecimento é causada por fenômenos naturais, como ventos fortes, e o restabelecimento não ocorre de forma imediata”, esclarece o PROCON. A recomendação é guardar comprovantes de compra e buscar atendimento o quanto antes.

O que diz a CPFL?

Até o momento da publicação desta matéria, a CPFL não se manifestou oficialmente sobre os casos relatados nem forneceu prazos para o restabelecimento do serviço nas áreas afetadas.

Enquanto isso, a população segue no escuro — literalmente — e exige uma resposta urgente da empresa e das autoridades locais.

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