
Por Francisco Tramujas, Especialista em Vendas & Marketing Estratégico Autor de Marketing Estratégico para Revolucionar Mercados
Já dizia o velho ditado corporativo: “O cargo sobe à cabeça de quem já tinha pouca coisa nela.”.
Se você quer não ser apenas mais um nome no organograma, mais um “chefe PowerPoint” ou um “líder do cafezinho”, então é hora de encarar a verdade: você pode estar sendo um gestor medíocre e nem percebeu.
Em 2009, escrevi um artigo na revista Motivação – do grupo @Vendamais – que rodou o Brasil corporativo e ainda causa calafrios nos egos inflados:
“14 infalíveis dicas para arruinar sua carreira!”, um manual sarcástico para quem queria falhar com excelência — e infelizmente, muitos ainda seguem esse script à risca em pleno 2025.

Mas hoje, quero inverter a lógica. Em vez de um passo a passo para o fracasso, vou te entregar um espelho direto e sem filtro: como não ser um gestor medíocre. E não, não é papo de autoajuda. É neurociência, comportamento, experiência por aprender com gestores fantásticos – e alguns medíocres – e a realidade de escritório nua e crua.
1. Saia do modo “piloto automático”
O cérebro humano adora poupar energia, por isso se acostuma com padrões. O gestor medíocre acorda, liga o computador, responde e-mails, vai para reuniões inúteis e repete isso como um zumbi executivo.
A neurociência chama isso de “default mode network”: o modo mental passivo.
Rompa o ciclo. Questione. Provoque. Inove. Ou aceite ser substituído por um software.
2. Dê feedback com empatia, não com grosseria
Quem grita achando que lidera, na verdade só denuncia sua própria incompetência emocional.
O cérebro do liderado em estado de ameaça ativa a amígdala cerebral, bloqueando a criatividade, o aprendizado e a motivação.
Quer ser lembrado como líder? Seja firme, claro e humano. Não seja o chefe que traumatiza.
3. Não confunda autoridade com arrogância
Tem gestor que acha que crachá é coroa. Mas o cérebro dos liderados reage à coerência, não ao autoritarismo. A confiança ativa circuitos de oxitocina; o medo, de cortisol.
Adivinha qual deles gera equipes engajadas?
4. Pare de dar ordens. Comece a fazer perguntas
O gestor medíocre já tem todas as respostas. O gestor inteligente faz as perguntas certas.
Segundo estudos da Harvard Business School, líderes que fazem mais perguntas são percebidos como mais competentes, confiáveis e empáticos.
Quer que sua equipe evolua? Use menos ponto final e mais ponto de interrogação.
5. Saia da bolha: escute o que você não quer ouvir
A maioria dos gestores só escuta quem concorda com eles. É a síndrome do “conselho bajulador”. Mas a neurociência mostra que a aprendizagem ocorre por dissonância cognitiva — ou seja, quando algo desafia sua visão de mundo.
Quer crescer? Escute quem te confronta com respeito. E cale quem só te elogia.
6. Não terceirize o fracasso. Nem monopolize o sucesso
Se der errado, a culpa é da equipe. Se der certo, o mérito é seu. Esse comportamento é típico de um líder inseguro e tóxico.
O cérebro humano percebe injustiça em milésimos de segundos — e isso corrói a confiança.
Quer lealdade? Divida os méritos. Assuma os erros.

7. Reunião inútil é a masturbação do ego corporativo
Se você ainda gasta 40% da semana em reuniões sem pauta, sem decisão e sem propósito, não está liderando — está desperdiçando neurônios.
O bom gestor respeita o tempo alheio, porque sabe que tempo é o novo capital da produtividade.
8. Pare de controlar tudo. Confie
Delegar não é largar. Mas querer controlar cada detalhe é sinal de que você não confia na equipe que contratou (ou que aceitou). E o cérebro de um profissional sob microgestão desativa os centros de autonomia e engajamento.
Quer performance? Libere as rédeas e acompanhe com inteligência.
9. Não viva do passado. Líder bom se reinventa
“Na minha época”… Se você ainda começa frases assim, o museu corporativo já tem uma vaga para você.
Em tempos de IA, automação e rupturas constantes, a única constante do bom gestor é a reinvenção.
10. Tenha coragem de demitir quem drena energia
Liderar também é proteger a cultura da equipe. Quem sabota, procrastina ou intoxica o ambiente precisa sair — por mais técnico que seja.
O medo da decisão difícil é o berço da mediocridade.
Ou você evolui, ou você vira piada de corredor
O seu cérebro pode ser seu melhor aliado ou seu maior sabotador. A diferença está no quanto você se conhece, se desafia e se reinventa. Gestor bom não é o que sabe tudo. É o que nunca para de aprender.
Se você se incomodou com esse texto, parabéns: você ainda tem chance. Porque o pior tipo de gestor nem percebe que está sendo medíocre.
Seja o líder que desenvolve. Seja o gestor que transforma. Seja o exemplo que falta.

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